terça-feira, 2 de outubro de 2012

Carranca!

- ah, você pensa demais [disse o homem carrancudo]
E falou sem saber que estava anestesiado... talvez ele nunca saiba!

Arthur Fernandes


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mania de Pedra



Ele tinha mania de guardar pedras,
Algumas o acompanharam por anos,
Outras foram jogadas fora,
E em uma ele desenhou um rostinho... e a pedra ficou mais feliz.

Arthur Fernandes

terça-feira, 11 de setembro de 2012

La Vita Di Tutti


Tudo poderia acontecer.
Algum humano por caso é dono do tempo?
Dono do acaso?
A sorte foi lançada e nos disseram: Vai.
E fomos, vivemos, amamos, sofremos, sorrimos e choramos.
E o melhor, não estávamos sozinhos... não estamos... sozinhos.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Peregrino.



Rasgo a camisa, pois me sufoca... e com nós, a transformo em carga.
Coloquei ali tudo o que precisava, não era muito, era o que por algum motivo, valeria pra mim.
E andei... andei até meus pés doerem.
Deixei pra traz tudo... sabia que o caminho faria valer a pena.
Afinal, não seria eu um turista passando pela vida, mais um peregrino que carrega em seu cerne, penitencias, e não canso do meu constante movimento, pois estou em constante crescimento.

Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Andrajo



 
Cheirava a naftalina... 
Estava pendente consigo mesmo.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

P.P.



Tudo é pensado
Tudo é medido
Tudo é calculado
Tudo é desenhado
Tudo é programado
E todo consumo é feito por GADO.





Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

Segurança


- Nada mais me atinge! Nem faca, nem flecha, nem bala, Nada!
- Agora eu estou protegido, não me aflige o perigo, tornei-me invulnerável!
Eu menino de baixo da coberta, não sabia o que o mundo pra mim preparava
Suas ciladas, armadilhas, perigos e encruzilhadas.
Não sabia que da vida eu ganharia milhões de flechadas.
Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Roda de Bamba


E o samba rolava,
A morena sambava,
O pandeiro tocava,
O bumbo marcava,
A Flauta encantava,
O cavaco solava,
Enquanto o velho violão... acompanhava,
Tudo se alegrava,
E naquela noite, certeza que o mundo não acabava.
  
Arthur Fernandes
Ilustração: Arthur Fernandes
 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bailarina


 
Ela, bailarina, dançava sozinha e rodopiava em seu próprio mundo de forma tórpida e triste, mais dançava, na esperança de que a cada giro, o brilho que o seu olhar escondia, se transforme em luz, e traga pra perto tudo o que ela sempre sonhou.  

Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Alporquia




De repente me pego a divagar sobre as experiências da vida, como quem não quer nada.
Vejo-me olhando para o horizonte como se esperasse a chegada de alguém. Meu corpo... imóvel. Com exceção de minhas mãos que habilidosamente dedilham alguns acordes de uma canção, um pouco melancólica e esquecida pelo tempo.
Quem passou por mim naquele momento se espantou ao me ver petrificado no meio do nada... ou seria no meio da rua... mas todos podiam sentir e sabiam que o vibrar das cordas é o reflexo do sentimento de alguém, que por um minuto parou, e mergulhou em si mesmo, ao divagar sobre a vida.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Depois de um bom tempo... meu peito se transforma mais uma vez em palavras, e resolvo novamente estampa-las em folhas e rascunhos. Prometo em breve... prometer jamais.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Licença Poética

Se um dia eu te mostrar a língua,
Não pense que isso é infantilidade, por que não é!
Sou artista...
tenho “licença poética”.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 8 de março de 2012

Solidão

Por favor, não me deixe sozinho comigo mesmo.
Tenho medo das conversas que eu teria.

Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 1 de março de 2012

Feridas


Fiz da melancolia
Minha companheira
E carrego no peito, com gosto, essa dor.
Fiz da prosa antiga,
Dos versos rimados,
Poesias que falam de amor.
Fiz um apelo desesperado,
Num canto a ser conclamado,
O choro de uma alma que anseia calor.
Fiz de um peito dilacerado,
De todo quebrantado,
Suturas que curem essa dor.

Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Festejos


Enfim, as cores saltavam-me às vistas...
Havia ali uma suave e aflita alegria.
Naquela terra, era festa
e uma fina poeira, da batida dos pés dançantes, do chão subia.
E tudo quanto era gente... Crianças, velhos e indigentes; homens, mulheres, amados e carentes, unidos por um breve momento num um cortejo simples e inocente...
Passantes...
Criaturas...
Errantes.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Brincadeira de Criança



Hoje vi um aviãozinho de papel voando sobre o céu do centro da cidade.
Caindo... calmamente pairava, como se o mundo abaixo dele não estivesse com pressa.
E assim, deslizava num caminho tortuoso criado pelo vento, sem rumo, apenas deixando-se
levar.
Descendo por entre prédios, circundou a chaminé de um velho restaurante e antes de
cair, entrou em um vácuo criado por um ônibus que violentamente acabara de passar.

Retomou, então, a sua trajetória em alguns segundos há mais de voo...
Circundou por entre pessoas e achou seu fim esbarrando-se em uma senhora que ignorou sua
presença, continuando o seu caminho.

Durante todo esse tempo senti o vento, apreciei os movimentos, os desenhos, as pessoas,
os edifícios e fumaças...

Mas, dentre todas, uma imagem não sai da minha cabeça: uma menina que de longe observava e ria ao ver sua pequena criação...
em um voo perene, sublime e quase eterno.                                                                                                                                                                                                                   Arthur Fernandes