Vejo-me olhando para o horizonte como se esperasse a chegada
de alguém. Meu corpo... imóvel. Com exceção de minhas mãos que habilidosamente
dedilham alguns acordes de uma canção, um pouco melancólica e esquecida pelo
tempo.
Quem passou por mim naquele momento se espantou ao me ver
petrificado no meio do nada... ou seria no meio da rua... mas todos podiam
sentir e sabiam que o vibrar das cordas é o reflexo do sentimento de alguém,
que por um minuto parou, e mergulhou em si mesmo, ao divagar sobre a vida.
Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs
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