terça-feira, 14 de agosto de 2012

Alporquia




De repente me pego a divagar sobre as experiências da vida, como quem não quer nada.
Vejo-me olhando para o horizonte como se esperasse a chegada de alguém. Meu corpo... imóvel. Com exceção de minhas mãos que habilidosamente dedilham alguns acordes de uma canção, um pouco melancólica e esquecida pelo tempo.
Quem passou por mim naquele momento se espantou ao me ver petrificado no meio do nada... ou seria no meio da rua... mas todos podiam sentir e sabiam que o vibrar das cordas é o reflexo do sentimento de alguém, que por um minuto parou, e mergulhou em si mesmo, ao divagar sobre a vida.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs 

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