quarta-feira, 17 de abril de 2013

Reencontro



Hoje pela manha encontrei uma velha amiga,
Fazia tempo que eu não a via, tempo de abandono.
E encontra-la me trouxe de novo vontade de escrever...
Me trouxe vontade de chorar... vontade de viver.
Encontra-la me fez sentir alegria e tristeza,
força e fraqueza, solidão e amor.
Pela manha encontrei parte que me fazia falta
Seja bem vinda melancolia.

Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs

quinta-feira, 14 de março de 2013

Pontuação

Ele entendeu que naquele tempo ele é quem carregava o sinal!
Era pra ele o final!
 
Arthur Fernandes
Ilustração: Google

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Relógio de Areia



A ampulheta do tempo desarmada de anseios,
Deixa escorregar as areias quentes pelo seu frio vidro,
Sem deixar marca, sem deixar magoas e sem deixar máculas.
Afirmando ser tempo de tomada de decisões,
De mudança de vida... Tempo de partida.


Arthur Fernandes
Ilustração: Google


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Laurear



Dizem por ai que ansiedade é excesso de amanhã.
Mesmo sem querer sou obrigado a concordar e a assumir que também sou daqueles que andam acumulando... somos uma espécie de acumuladores compulsivos de tempos vindouros.
É como se ousássemos empurrar o presente com toda nossa força pra que o futuro nos alcance hoje.  Tanto sou assim que já disse mais de uma vez “queria ter 70 anos” e tenho meus motivos pra isso.
Mais isso envenena, vai matando aos poucos... Descobri que preciso aprender a me preocupar menos com o futuro.


Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Afano


Chegou gritando loucamente anunciando o assalto:
“É só 5,98 o quilo do tomate na banca do João, é na banca do João e só hoje”
E infelizmente ninguém podia fazer nada.


Arthur Fernandes
Foto: Google

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Anambé




Vivia onde os homens sempre sonharam estar
Mas, sempre olhou para baixo e desejou ser como os homens.
Dedicou-se a isso.
Parou de cantar, arrancou suas maiores penas e agora já não podia mais voar.
E durante um longo tempo caminhou com suas próprias pernas.
Driblou sapatos e sandálias para poder andar,
Comeu do que sobrava, do que caia da mesa dos homens e esses nem notavam a sua pequena presença...
Cismou que sabia falar e forçou tanto que até seu canto se tornou seco e áspero a ponto de que seu choro, seu grito por socorro, não podia ser ouvido.
Sofreu por não ser quem verdadeiramente era.
Ao se ver em tamanha decrepitude passou a ansiar pela morte e a desejou profundamente.
Dia após dia padecia em si mesmo.
Subiu ao mais alto dos prédios construído por aqueles que agora chama de senhores e em um salto se desprendeu de tudo o que havia vivido.
Enquanto caia o vento lhe tocava o corpo e acariciava as penas que novamente haviam crescido.
Girando solto no ar, lembrou-se de outrora, um passado bom.
Ao cair desejava a morte mas ao olhar para o céu, lembrou-se que sabia voar.
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Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs