Pousou um passarinho na janela.
Lá fora, o vento faz
chacoalhar as folhas de uma bem vivida samambaia,
O passarinho canta, e seu
canto é doce.
As nuvens passam lentamente no céu que há pouco fora o
caminho daquela pequena ave.
No vaso velho e surrado,
onde hoje habita a samambaia, passeiam
alguns poucos insetos,
tornando vivo aquele
árido pedaço de terra.
No jardim, alem da janela... nasceram pela manhã algumas flores, três pra ser mais exato.
Todas de vestido, um vestido branco e com coroas douradas.
E, naquele instante,
elas sentiram-se como princesas e podiam se sentir assim, porque
naquele instante... elas eram!
Isso tudo aconteceu hoje, mas quando dei por mim, já era tarde da noite.
E nada disso que eu lhes disse... eu vi.
Somente sei que aconteceu. Alguma coisa em mim fala que
aconteceu...
Sozinho então, levanto-me, fecho a janela, pois, o vento é
frio, desligo a TV
E deito na esperança de sonhar com aquilo que perdi.
Arthur Fernandes
Ilustração: Irisz Agocs
Muito bom!
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