quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inquietudes


Ela está inquieta, ansiosa, nervosa ou com qualquer outro sentimento assim.
Desde a hora em que entrou no ônibus alguma coisa perturbava sua mente.
Primeiro, foi o cabelo que acabara de pentear, mesmo assim lhe afligia a vontade de arrumá-lo mais uma vez.
Acabou por prendê-lo como um caracol no alto da cabeça.
Depois passou a observar friamente quem passava perambulando pela rua.
Fitou, em seguida, por alguns poucos segundos, o vazio.
Logo percebeu que o casaco que lhe aquecia, agora incomodava, e quase como uma ofensa, o arrancou do corpo sem nenhum remorso.
Em suas mãos e pulsos, marcas que ela mesma fizera...
Cicatrizes provavam que suas inquietudes lhe feriam profundamente.
 De repente arrumou a etiqueta da blusa que saltava sobre seu pescoço.
Mexeu no cabelo de qualquer jeito e dando mais uma espiada pela janela,
puxou o cinto de leve para ajeitar a calça.
Revirou a bolsa como se furtasse a alguém.
Frustrada, por não ter achado o que queria,
Vestiu o casaco, deu o sinal e emburrada desceu em um ponto qualquer!

Um comentário: